quarta-feira, 1 de outubro de 2008

24/9/2008

Perdigão prevê melhor margem e oportunidade com crise

Terra Notícias

Com a consolidação do repasse dos custos das matéria-primas para os preços de suas carnes exportadas, ao mesmo tempo em que as cotações do milho e da soja perderam força em relação às máximas atingidas neste ano, a Perdigão prevê uma melhora nas margens de lucro de suas exportações no segundo semestre.

Reforçada por uma receita semestral de R$ 5,3 bilhões, após oito aquisições nos últimos dois anos, a empresa afirma estar mais bem posicionada do que seus concorrentes internacionais para enfrentar os custos ainda pesados e a crise global de crédito, disse o diretor de Finanças e de Relações com Investidores, Leopoldo Saboya.

"A absorção de custos para a Perdigão foi mais fácil do que para os outros competidores. Para a Perdigão, houve uma compressão de margens (no 1o semestre), enquanto as empresas americanas, os nossos principais concorrentes em carnes de aves e suínos, não tiveram margens ou tiveram prejuízos", afirmou Saboya, observando que a inflação de alimentos atingiu menos as empresas brasileiras, que contam com matérias-primas a valores mais competitivos.

Essa competitividade é uma das explicações para a maior empresa de carnes do mundo, a Tyson Foods, ter aportado recentemente no Brasil, que lidera as exportações mundiais de carne de frango. Tal vantagem, no entanto, não impediu que a Perdigão tivesse no primeiro semestre aumentos de preços para seus produtos "aquém" da elevação nos custos, ponderou o diretor.

Mas, mesmo com essa "compressão" de margens, a companhia registrou crescimento de dois dígitos em seu Ebitda no semestre, de 25,4%, para R$ 419,6 milhões, em meio a vendas no mercado externo de R$ 2,36 bilhões e de R$ 3,73 bilhões no doméstico, com altas semestrais de 81% e 55%, respectivamente.

Agora a situação tende a ser diferente. "O custo veio muito forte, já que os preços do milho subiram muito no final de 2007 e continuaram altos em 2008, e o repasse é feito paulatinamente. Agora o Brasil conseguiu finalizar o processo de aumento dos preços de exportação e os custos arrefeceram, se estabilizaram. Voltamos a ter um cenário bem favorável", destacou.

Segundo Saboya, "sem dúvida" o cenário tende a ser melhor no segundo semestre, embora a empresa esteja atenta à possibilidade de a crise global "mexer no consumo" no último trimestre do ano.

De qualquer forma, com os custos parando de subir desde agosto e o dólar mais forte frente ao real -após baixos níveis do primeiro semestre e uma mínima no ano de R$ 1,557 em 1º de agosto -, a Perdigão prevê melhores ganhos futuros na moeda nacional com a conversão cambial das suas exportações.

Crise

Segundo Saboya, o crédito "secou para todo mundo", com os bancos nacionais e estrangeiros digerindo tudo o que aconteceu recentemente no mercado, "mas a Perdigão está com uma posição de caixa tranquila", com muitos investimentos ligados a financiamentos do BNDES.

Para ele, a empresa não pretende fazer nova emissão de ações e o momento nem seria adequado, mas a Perdigão poderia tirar algum proveito da crise. "Temos certeza que vão aparecer oportunidades tanto domésticas como internacionais e agora com esse recrudecimento da crise financeira companhias menos preparadas poderão ter problemas. Mesmo assim a empresa vai ter prudência para escolha dos alvos, se for o caso."

Consumo

A Perdigão, uma das maiores indústrias de aves e suínos do Brasil, com maior atuação no segmento de lácteos após a aquisição da Eleva em 2007, afirmou ter sofrido o mesmo aumento de custos superior à capacidade de repasse de preços no mercado interno.

E, segundo o diretor, à medida que esse repasse foi sendo feito chegou a um limite, com o consumidor passando a optar por outros produtos mais baratos da empresa. "Estamos fazendo o repasse contínuo de preços ao varejo desde o início do ano. Por isso agora vivemos um momento de acomodação de volumes e preços", explicou o diretor, referindo ao que chamou de "down trading", quando o consumidor começa a comprar produtos mais simples e mais baratos.

Embora a empresa não tenha detectado queda nos volumes vendidos, acrescentou ele, "para o final do ano acreditamos que vai ter essa acomodação

Um comentário:

grupo unido de roda fogo disse...

Meus parabéns amigo pelo seu trabalho. Sou seu seguidor do seu blog e gostaria que vc tb fosse a minha seguidora do meu blog. Um abraço de Manoel Limoeiro de Recife-PE.